top of page
Logotipo.png

Segundo Dominique Schnapper, o objetivo da educação formal e da escola é “desenvolver, em cada aluno e em cada aluna, o máximo das suas capacidades por forma a poderem participar ativamente na vida pública: política, económica, social e cultural”. Neste sentido, temas como Direitos Humanos e Cidadania são, pois, indispensáveis na Educação, com vista à promoção de um desenvolvimento saudável e integrado das crianças e jovens de hoje.
Após dois anos conturbados de pandemia, com muita incerteza, instabilidade e experimentação, surgem também, com base na reflexão de cada escola, grandes oportunidades para uma aprendizagem individual e coletiva. Segundo Joaquim Azevedo, este contexto contribuiu para uma “perda gigantesca das experiências de comunicação, de cooperação e de entreajuda e reclama urgentes investimentos na interação, no trabalho de equipa, nas dinâmicas entre pares e na reconstrução de ambientes escolares como verdadeiras “comunidades educativas””. Encarando este desafio, a escola tem de impulsionar e desenvolver processos e estratégias de aprendizagem plurais, cujo sentido é ativar a capacidade de pensamento dos alunos (Azevedo, 2011) e a criação de verdadeiras comunidades de aprendizagem (Aubert et al, 2018). O ponto de partida é “transformar o mundo” de modo a criar “uma visão comum para a Humanidade”, em que a missão da escola e o valor da educação possam “garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável” (ODS) e assim o desenvolvimento total e harmonioso da pessoa. Laborinho Lúcio (2020) reforça que uma escola, ainda para mais em “tempo de incerteza”, jamais pode deixar de investir na formação de todos os seus alunos para a cidadania e para o desenvolvimento humano.
Nos últimos anos, com o programa DROPI no sistema educativo, percebemos o impacto que um programa estruturado focado nas competências socioemocionais tem na vida das escolas: a capacitação e apropriação de metodologias ativas e participativas por parte de docentes e técnicos, o aumento da proximidade e a melhoria das relações pedagógicas, uma maior adaptação e flexibilidade à realidade de cada turma/aluno(a), e a criação de comunidades de aprendizagem onde os agentes se juntam para partilhar experiências e estratégias. Foi também no seio desta experiência, que muitos agentes educativos foram expressando a necessidade de desenvolvermos um novo programa estruturado - continuando e progredindo o desenvolvimento de competências socioemocionais - adaptado às necessidades e desafios do 3o ciclo. Assim, e tendo em conta os vários desafios próprios desta fase de desenvolvimento (e.g. a descoberta de si, o impacto da pressão dos pares e das relações interpessoais, definição de objetivos e projeto de vida) e as exigências atuais (e.g. desigualdades sociais, crise económica e climática, migrações e integração, redes sociais e tecnologia), concretizamos este programa procurando promover a consciência cívica e as competências socioemocionais, de uma forma integral e interrelacionada, criando as condições para uma aprendizagem crítica (como propunha Paulo Freire). Acreditamos que este programa – através da sua metodologia própria e garantindo o envolvimento das comunidades educativas – irá contribuir para o desenvolvimento de cidadãos curiosos, informados, críticos, (cri)ativos, comprometidos, democraticamente empenhados e solidários.

bottom of page