A promoção de saúde mental tem sido alvo de maior atenção, pela sua interferência no funcionamento socioemocional e na aprendizagem de crianças e jovens (Stengård & Appelqvist- Schmidlechner, 2010) e tem sido operacionalizado através da promoção de competências socioemocionais como sendo o nosso “sistema imunitário” e, por isso, consistentemente associada a um maior bem-estar (Greenberg, Domitrovich, Weissberg & Durlak, 2017).
Apesar da educação ainda priorizar a aquisição do conhecimento académico, o aumento do número de crianças em idade escolar com problemas ao nível emocional, comportamental e de saúde mental (Greenberg et al., 2003), tem levado à crescente consciencialização sobre a urgência de ampliar o foco de intervenção.
Ao longo das últimas gerações e no mundo inteiro, estudos apontam um crescimento dos índices de depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, abuso de substâncias, entre outros problemas de saúde mental ou física, especialmente entre os jovens (Norrish, 2015; Seligman & cols., 2009). Por outro lado, também são observadas inconsistências quanto aos níveis de felicidade (Seligman & cols., 2009). E ainda e por consequência, insucesso académico que aparece associado como fator de risco a comportamentos de risco, mediado por variáveis como absentismo e abandono escolar.
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Diante dessas questões, importa refletir se os sistemas e modelos educacionais existentes estão preparados e adequados para responder às demandas atuais, ou se há a necessidade de novas abordagens que possam fazer mais e melhor para ajudar os jovens a lidar com os desafios e prosperar na complexa sociedade, além de experienciar mais propósito, realização, engajamento e relações significativas nas suas vidas (Norrish, 2015).
O Programa DROPI surge então como uma proposta (complementar) para responder a estas questões, agindo como ação preventiva, tendo como objetivo principal a promoção de competências socioemocionais - autoconhecimento, autoestima, empatia, comunicação, gestão emocional, pensamento crítico e resiliência - em crianças, com vista ao seu desenvolvimento integral, bem-estar e realização pessoal. Consideramos que, percorrendo este caminho, estas crianças tornar-se-ão mais competentes para superarem os desafios e obstáculos inerentes ao seu desenvolvimento e mais conscientes das suas aptidões e forças – explorando o máximo do seu potencial.
Através da implementação do DROPI, temos obtido feedback positivo dos educadores referente ao impacto do programa nas crianças, nomeadamente pela maior autorregulação, maior capacidade de concentração, comunicação e participação, redução da indisciplina, melhoria das relações interpessoais, aumento da interajuda e coesão, maior inclusão dos alunos com NEE.
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